A técnica de ultrassom é amplamente utilizada na avaliação indireta de propriedades mecânicas do concreto endurecido e na detecção de possíveis não homogeneidades internas. este método também mostra potencial de aplicação no monitoramento dos processos de hidratação do cimento e do desenvolvimento das propriedades mecânicas do material. mudanças físicas na estrutura interna do material resultam em alterações na propagação de ondas ultrassônicas e, além da velocidade de pulso, outros parâmetros ultrassônicos podem ser determinados a partir do formato de onda, podendo ser mais sensíveis a alterações internas do que a análise convencional (via velocidade de pulso). o programa experimental desta pesquisa foi definido tendo por objetivo analisar o desenvolvimento de parâmetros associados à propagação da onda de ultrassom no monitoramento de concretos em suas primeiras horas. para isso, a partir do monitoramento ultrassônico de seis diferentes misturas de concreto, foram obtidos os parâmetros: velocidade de pulso ultrassônico, amplitude máxima, velocidade de grupo, energia total, janelas de tempo referentes à 25%, 50%, 75% e 90% da energia total, pico de frequência e frequência central. além disso, foi realizado o ensaio de resistência à penetração nas misturas analisadas, de acordo com a nbr nm 9 (2003), a fim de que fossem obtidos os tempos de início e fim de pega e possibilitando a correlação ensaios. com base nos resultados obtidos, percebeu-se que todos os parâmetros propostos se mostraram afetados pelo desenvolvimento da microestrutura do concreto. da correlação entre os parâmetros ultrassônicos e os tempos de início e fim de pega, não foi possível obter padrões de comportamento ou intervalos dos parâmetros no domínio do tempo que pudessem ser utilizados como indicativos da ocorrência da pega do material. por outro lado, os parâmetros analisados no domínio da frequência, pico de frequência e frequência central, permitiram estabelecer um intervalo de ocorrência do início de pega para o pico de frequência de 8,4 a 10 khz, com desvio padrão relativo (dpr) de 7%, e 9,1 a 12,1 khz (dpr=3%) para a frequência central, com atraso na identificação do início de pega da mistura a/c 0,50 de 12 minutos em comparação com o ensaio de resistência à penetração, para ambos os parâmetros. além disso, com exceção da mistura a/c 0,55, através da frequência central, mostrou-se possível obter um resultado médio de 44,4±6,2 khz (dpr=14%) no final de pega indicado pelo desenvolvimento da resistência à penetração.