Modelos climáticos globais (gcms) são uma das principais ferramentas para o planejamento de atividades de mitigação para as mudanças climáticas, portanto, é primordial conhecer sua confiabilidade. este trabalho tem como objetivo avaliar as propriedades termohalinas das simulações históricas e cenários (rcps 4.5 e 8.5) do modelo brazilian earth system model (besm) no oceano atlântico sul. foram feitas comparações entre quatro gcms (hadgem2-es, miroc-esm-chem, miroc5 e besm) utilizando programas de monitoramento (sensores modis e sac-d, go-ship e movar) e a reanálise oras5-ecmwf como referência. as avaliações foram feitas a partir de análises dos padrões espaciais, aplicação de métricas estatísticas e tendências temporais. os resultados mostraram padrões de erros espaciais comuns a todos os modelos. a maior divergência do modelo besm é caracterizada com erros sistemáticos de temperatura e salinidade, possivelmente atribuídos a fluxos de calor calculados incorretamente. em subsuperfície, o modelo besm realizou as melhores representações para a água intermediária antártica e a água profunda do atlântico norte, porém, teve dificuldades em simular a água central do atlântico sul. próximo à costa brasileira, o diagrama t-s do modelo besm representou razoavelmente bem todas as massas de água da região. o modelo também demonstra boas representações ao longo da costa brasileira e regiões tropicais. as taxas de temperaturas históricas do modelo mostram as representações mais próximas dos dados de referência, todavia, os dados de salinidade apresentam as maiores divergências. a análise de campos de temperatura e salinidade dos modelos besm e sma (média dos modelos hadgem2-es, miroc-esm-chem, and miroc5) revelaram magnitudes próximas nos cenários rcps 4.5 e 8.5, entretanto, os erros sistemáticos encontrados nos dados históricos estão presentes nos cenários e ficam evidentes nos dados médios do modelo besm.