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Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado

Centro: Ciências Biológicas

Departamento: Não Informado

Dimensão Institucional: Pós-Graduação

Dimensão ODS: Social

Tipo do Documento: Dissertação

Título: EFEITO DA TOXINA INSETICIDA DO MILHO TRANSGÊNICO NAS FUNÇÕES ECOSSISTÊMICAS, NO COMPORTAMENTO E NA SAÚDE DE BESOUROS ESCARABEÍNEOS (COLEOPTERA: SCARABAEIDAE: SCARABAEINAE)

Orientador
  • MALVA ISABEL MEDINA HERNANDEZ
Aluno
  • LUIZ FERNANDO FERREIRA

Conteúdo

O milho bt é um transgênico inseticida que foi desenvolvido para combater lagartas de um lepidóptero que destrói lavouras de milho. o fato da toxina transgênica rcry1a(b) ser seletiva, não elimina sua toxicidade em organismos não alvo, uma vez que ela se movimenta através da rede trófica e é eliminada nos excrementos de mamíferos. os besouros escarabeíneos, como consumidores destas fezes, ingerem a rcry1a(b) ao se alimentarem. eles não sofrem o efeito letal da mesma, mas há registros de alterações na estruturação das comunidades destes besouros em lavouras de milho bt, sugerindo uma diminuição das funções ecossistêmicas realizadas por eles. em função disso, o objetivo desta dissertação foi verificar se a toxina inseticida produzida pelo milho bt tem influência nas atividades de remoção de fezes e bioturbação do solo realizadas pelos escarabeíneos, assim como no comportamento alimentar e na saúde dos mesmos, uma vez que estão na posição de organismos não alvo. para quantificar as funções ecossistêmicas prestadas pelos escarabeíneos e conhecer as assembleias dos mesmos nas lavouras de milho, em dezembro de 2017 amostramos 15 lavouras (cinco de milho convencional, cinco de milho crioulo e cinco de milho transgênico) no oeste do estado de santa catarina, sul do brasil. em quatro pontos amostrais de cada lavoura, mensuramos a remoção de fezes e bioturbação do solo durante 48 h. posteriormente, realizamos a coleta dos besouros utilizando pitfalls iscados com fezes suínas que foram instalados nos mesmos pontos amostrais. paralelamente, instalamos em cada lavoura casas de nidificação iscadas para verificar se os besouros constroem ninhos nas lavouras. variáveis da cobertura do solo foram medidas nos quatro pontos amostrais: porcentagem de cobertura verde, de solo com serapilheira e de solo exposto. coletamos 198 escarabeíneos distribuídos em 18 espécies, sendo 88 indivíduos de 12 espécies (7,6 g) nos cultivos de milho convencional, 75 indivíduos de 12 espécies (2,5 g) nos cultivos crioulos e 35 indivíduos de nove espécies (2,0 g) nos cultivos transgênicos. a abundância e a biomassa total foram menores nos cultivos transgênicos quando comparados com os cultivos convencionais. a riqueza e a diversidade foram semelhantes nos três tipos de lavouras e a diversidade beta mostrou similaridade de aproximadamente 70% entre as assembleias registradas em todas as lavouras. a cobertura do solo não influenciou na distribuição das espécies. já a remoção de fezes e a bioturbação do solo foi menor nas lavouras transgênicas. para verificar se o comportamento alimentar e a saúde dos escarabeíneos alteram quando eles ingerem a toxina do milho bt, nós mantivemos em laboratório duas espécies: canthon rutilans rutilans e canthon seminitens. ambas foram coletadas em março de 2018 em urubici – sc. formamos 24 casais de c. rutilans e 16 casais de c. seminitens, mantendo um casal por terrário. do total destes casais, metade deles foram alimentados com fezes de porco que se alimentaram com ração de milho bt, e a outra metade com fezes de porco que se alimentaram com ração de milho convencional. realizamos duas observações semanais para contabilizar as bolas alimento e bolas ninho produzida pelos casais. após 23 semanas em experimento, mantivemos os indivíduos de c.rutilans em jejum por 12 dias e os submetemos a cinco testes de olfatometria aumentando os dias de jejum. registramos o tempo em que os besouros de ambos os tratamentos chegaram até as fezes. posteriormente, após 37 semanas mantendo a alimentação específica de cada tratamento, todos os indivíduos de ambas as espécies foram sacrificados por congelamento para obter o peso seco, peso da gordura e da musculatura corporal para inferir sobre seu estoque energético. a produção de bolas alimento feita pelos casais de c. rutilans que se alimentaram das fezes contendo a proteína do milho transgênico foi maior. não houve diferença no tempo gasto por c. rutilans de ambos os tratamentos para chegar até o alimento, assim como não houve diferença nos pesos de gordura e de músculos dos besouros das duas espécies entre os dois grupos experimentais. as funções ecossistêmicas diminuídas nas lavouras de milho transgênico são consequência da menor abundância e biomassa de escarabeíneos nesses cultivos, principalmente devido à diminuição de grandes paracoprídeos, o que leva ao empobrecimento dos solos em matéria orgânica, nutrientes e oxigênio. o motivo que pode ter levado à diminuição destes insetos pode ser produto do manejo das culturas e não devido à presença da toxina transgênica na alimentação dos mesmos.

Índice de Shannon: 3.77961

Índice de Gini: 0.913014

ODS 1 ODS 2 ODS 3 ODS 4 ODS 5 ODS 6 ODS 7 ODS 8 ODS 9 ODS 10 ODS 11 ODS 12 ODS 13 ODS 14 ODS 15 ODS 16
4,02% 18,04% 6,79% 3,43% 3,93% 4,09% 6,19% 4,56% 4,49% 3,97% 4,32% 5,79% 3,98% 8,83% 13,40% 4,15%
ODS Predominates
ODS 2
ODS 1

4,02%

ODS 2

18,04%

ODS 3

6,79%

ODS 4

3,43%

ODS 5

3,93%

ODS 6

4,09%

ODS 7

6,19%

ODS 8

4,56%

ODS 9

4,49%

ODS 10

3,97%

ODS 11

4,32%

ODS 12

5,79%

ODS 13

3,98%

ODS 14

8,83%

ODS 15

13,40%

ODS 16

4,15%