Como as relações multissensoriais estabelecidas pelas crianças com as tecnologias digitais móveis em um contexto escolar constituem novas aprendizagens? com essa questão inicial, a presente pesquisa reflete sobre a presença das tecnologias digitais em uma escola participante do programa um computador por aluno (prouca). o foco dessa pesquisa qualitativa incide nas relações, trocas, entrelaçamentos possibilitados pelas multissensorialidades, este, um conceito instigante e gerador. parte-se de um entendimento orquestral do arranjo comunicacional e das multissensorialidades proporcionada pelas tecnologias digitais como concepção capaz de incidir nas percepções e, sobretudo, nas aprendizagens das crianças. assim, ponderações e olhares como mente ecológica (bateson,1977), multiliteracies (newlondongroup, 1996) e neurociência (rivoltella, 2012) unidos a autores como gee (2009), jenkins (2006), lankshear e knobel (2011), fantin (2006, 2009, 2012), serão alguns dos tons que formarão as nuances para o entendimento sobre as “novas aprendizagens” relacionadas à inserção das tecnologias no âmbito escolar. na perspectiva de uma pesquisa-ação se enquadra e se embasa nos preceitos da mídia-educação (fantin 2006, rivoltella, 2009) e em uma concepção ecológica do uso das tecnologias digitais, a investigação se configurou em observações e intervenções, capazes de movimentar olhares, saberes e sentidos. assim, a pesquisa demonstrou que partindo de uma concepção orquestral, ecológica e pautada nas multissensorialidades – que se realizam no contato com o outro, por meio da relação e do diálogo –, é preciso pensar para além dos modelos, e não em um modelo único para a inserção das tecnologias que leve em consideração as aprendizagens.