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Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado

Centro: Comunicação e Expressão

Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução

Dimensão Institucional: Pós-Graduação

Dimensão ODS: Social

Tipo do Documento: Tese

Título: RETHINKING BACK-TRANSLATION FOR THE CROSSCULTURAL ADAPTATION OF HEALTH-RELATED QUESTIONNAIRES: EXPERT TRANSLATORS MAKE BACK-TRANSLATION UNNECESSARY

Orientador
  • MARKUS JOHANNES WEININGER
Aluno
  • ROBERT JAMES COULTHARD

Conteúdo

O objetivo principal desta tese é chamar a atenção de estudiosos da tradução para a existência de uma prática de tradução conhecida como retrotradução, na forma como esta é utilizada na medicina e outras ciências da saúde. retrotradução é um processo usado primordialmente para a adaptação transcultural de instrumentos de pesquisa, especialmente questionários. na retrotradução uma primeira versão é traduzida de volta para sua língua fonte e essa retrotradução é então comparada com o texto original. supõe-se que discrepâncias entre a retrotradução e o texto fonte indiquem problemas com a primeira tradução, problemas esses considerados falhas de equivalência. o segundo objetivo desta tese é apresentar uma série de análises do processo de retrotradução e alguns de seus resultado, e as conclusões às quais essas análises levaram. uma vez que as conclusões das análises são uniformemente desfavoráveis à retrotradução, o terceiro objetivo desta tese é demonstrar que tradutores especializados, competentes e com experiência na área (expert) são capazes de produzir traduções de alta qualidade de questionários relacionados à saúde, sem fazer uso da retrotradução. a fim de alcançar esses três objetivos, a tese é dividida em três seções, a primeira expositiva, a segunda analítica e a ultima aplicada. a seção expositiva apresenta, em detalhes, a literatura mais importante sobre retrotradução, iniciando com o artigo clássico de richard brislin, publicado em 1970, três processos contemporâneos de adaptação transcultural que empregam a retrotradução e a escassa literatura que contém críticas à mesma, tanto positivas quanto negativas. essa seção inclui ainda uma breve introdução à alguns conceitos da teoria da tradução. a seção analítica apresenta uma seria de argumentos cujo objetivo é embasar e justificar as seguintes afirmações: • a retrotradução foi desenvolvida com tradutores amadores sem a devida competência na língua inglesa, a qual era sempre ou língua fonte ou língua alvo; • o valor da retrotradução como um passo na adaptação transcultural nunca foi provado; • a retrotradução não analisa a qualidade da tradução, mas sim detecta deficiências de competência lingüística; • a retrotradução pode levar à traduções disfuncionais, se seguida cegamente; • a retrotradução está alicerçada em um conceito simplista de linguagem e de tradução, e em uma expectativa, a priori, de falha tradutória; • os métodos de retrotradução perpetuam a ilusão de simetria na tradução; • a retrotradução ancora a tradução ao texto fonte e à cultura fonte; • a retrotradução viabiliza um controle monolíngue de um processo multilíngue e reforça a insegurança cultural em culturas “periféricas”; • a própria retrotradução, por sua vez, é perpetuada por sucessos passados, conforme definidos dentro do sistema de patronage acadêmico, dominado por publicações e citações; • a retrotradução abnega a expertise de tradutores, negando-lhes as condições necessárias para exercitar suas habilidades e experiência e impondo o seu anonimato; • tradutores expert não necessitam de retrotradução pois possuem as habilidades necessárias para identificar e solucionar problemas; • - em culturas em que tradutores e traduções não gozem de um status inferior, o paradigma importado de retrotradução é corrosivo, pois instiga e reforça uma desconfiança tanto no tradutor como na tradução; • - a retrotradução não é um meio aceitável para “dar voz” aos tradutores, pois comunicação entre o tradutor e seu cliente deve ser proativa, contínua e construtiva e não reativa e defensiva. finalmente, a seção aplicada desta tese descreve dois métodos alternativos para tradução de questionários. o primeiro é um método paralelo no qual dois tradutores expert produzem uma tradução inicial cada e a partir dessas trabalham em cooperação através de um processo de revisão para produzir uma versão consensual. apesar de o processo de construção consensual não ter sido um sucesso absoluto, ambas as tradutoras voluntárias claramente demonstraram a validade da afirmação de que a retrotradução é desnecessária. esta afirmação é justificada mais além pelos resultados de uma retrotradução de uma das traduções preliminares que não detectou nenhum problema que as tradutoras expert não haviam discutido e ainda deixou de detectar muitos problemas por elas discutidos, assim mostrando que a retrotradução não é um substituto para tradutores expert. a segunda demonstração não teve sucesso no sentido de produzir uma tradução de qualidade aceitável porque um dos tradutores não era expert ou profissional. paradoxalmente, este fato justifica a condição sine qua non de que tradutores expert são um pré-requisito para a obtenção de uma tradução bem sucedida de questionários relacionados à saúde. resumindo, esta tese apresenta uma reavaliação completa do processo de retrotradução, suas justificativas e bases conceituais, da perspectiva de um tradutor e pesquisador de tradução e sob a luz das grandes mudanças que ocorreram desde que a retrotradução foi introduzida em 1970. vista sob diversas perspectivas teóricas, a conclusão invariável e sem exceções é de que a retrotradução é uma ferramenta que não serve a seus propósitos e, conforme apontou andrew chesterman, uma ferramenta que não cumpre sua função deve ser descartada.

Pós-processamento: Índice de Shannon: 3.96706

ODS 1 ODS 2 ODS 3 ODS 4 ODS 5 ODS 6 ODS 7 ODS 8 ODS 9 ODS 10 ODS 11 ODS 12 ODS 13 ODS 14 ODS 15 ODS 16
4,58% 5,63% 9,69% 6,69% 5,75% 5,24% 5,47% 6,48% 7,50% 4,47% 7,34% 5,10% 6,54% 6,04% 5,18% 8,31%
ODS Predominates
ODS 3
ODS 1

4,58%

ODS 2

5,63%

ODS 3

9,69%

ODS 4

6,69%

ODS 5

5,75%

ODS 6

5,24%

ODS 7

5,47%

ODS 8

6,48%

ODS 9

7,50%

ODS 10

4,47%

ODS 11

7,34%

ODS 12

5,10%

ODS 13

6,54%

ODS 14

6,04%

ODS 15

5,18%

ODS 16

8,31%