
Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado
Centro: Não Informado
Departamento: Não Informado
Dimensão Institucional: Pós-Graduação
Dimensão ODS: Econômica
Tipo do Documento: Dissertação
Título: MORTE PELA PRÓPRIA MÃO: ESTUDO ETNOGRÁFICO DE NARRATIVAS DOS MAPUCHE PEWENCHE DO ALTO BÍO BÍO, NO CHILE, SOBRE SUICÍDIOS ACONTECIDOS NAS COMUNIDADES
Orientador
- SONIA WEIDNER MALUF
Aluno
- TANIA LARISA SOLAR LOPEZ
Conteúdo
As mortes pela própria mão, ou suicídio, no interior das comunidades de alto bío bío, no chile, tiveram um aumento alarmante nos últimos dez anos. este trabalho visa compreender através das narrativas das próprias pessoas mapuche pewenche qual é a significação atribuída a essas mortes. a dinâmica do trabalho de campo ao longo de cinco meses permitiu, sobretudo, conviver com pessoas pewenche que tinham familiares mortos nos últimos dez anos por suicídio. de suas narrativas emerge um mundo polissêmico, onde não cabe uma concepção monolítica dos suicídios, que para surpresa da pesquisadora resultam num tema que se abre na memória, fluindo sem subterfúgios, emergindo múltiplo e tendo como pano de fundo a concepção da morte. a morte é o tema de entrada e saída, para compreender as mortes pela própria mão acontecidas nas comunidades. enquanto uma viagem para kamapu (outra terra), a morte é nosso destino nessa terra e é abordada com a naturalidade da vida. assim o campo mostrou que, seja qual for sua causa, a morte não é um tema tabu para os pewenche. também, demonstrou que os suicídios não podem ser atribuídos exclusivamente a uma causa individual. a partir dos relatos enquanto narrativas emerge um mundo de sentidos, relatos hiper-realistas aparecem como um contraste frente à resistência geral de falar desse tema na chamada cultura ocidental. nos relatos, em seu sentido performativo, emerge um sentido novo, que organiza a experiência e permite dar uma compreensão inserida na cosmovisão dos pewenche. porém, as mortes acontecidas nos últimos anos reorientaram o sentido da vida de pelo menos uma parte já fragmentada dos pewenche do alto bío bío, especialmente nas comunidades que foram afetadas diretamente pelas represas construídas nos últimos anos. as machi ou xamãs, por sua vez, fizeram com que os pewenche se olhassem e atendessem à voz dos espíritos que falam sobre as forças negativas que estão ganhando espaço e que provocam a desarticulação comunitária. as mortes são vistas como uma expressão do desequilíbrio, mas também por tratar-se de mortes inesperadas, segundo os xamãs. elas falam de uma necessidade de reconstruir o território no sentido cosmo-político, ou seja, abrem um espaço para se pensar como um povo imerso em um contexto de globalização, com suas diferenças, num sentido político amplo, territorial, espiritual, ritual e social. a partir da concepção da morte dos pewenche, a pesquisa de campo permite refletir e questionar a dimensão da morte na complexidade de olhares da(s) antropologia(s). o campo é um mergulho exploratório que abre um horizonte de trabalho rico e que ainda não foi suficientemente abordado pela antropologia. só existem aproximações do campo da biomedicina, sob o risco de reduzir o fenômeno ao domínio do individual e o psíquico.
Índice de Shannon: 3.98399
Índice de Gini: 0.936105
ODS 1 | ODS 2 | ODS 3 | ODS 4 | ODS 5 | ODS 6 | ODS 7 | ODS 8 | ODS 9 | ODS 10 | ODS 11 | ODS 12 | ODS 13 | ODS 14 | ODS 15 | ODS 16 |
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4,98% | 6,07% | 7,61% | 6,22% | 6,53% | 5,38% | 6,19% | 7,84% | 7,38% | 5,46% | 7,53% | 5,52% | 4,89% | 6,73% | 5,30% | 6,37% |
ODS Predominates


4,98%

6,07%

7,61%

6,22%

6,53%

5,38%

6,19%

7,84%

7,38%

5,46%

7,53%

5,52%

4,89%

6,73%

5,30%

6,37%