
Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado
Centro: Filosofia e Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Dimensão Institucional: Pós-Graduação
Dimensão ODS: Institucional
Tipo do Documento: Tese
Título: MECÂNICA QUÂNTICA, QUASE-CONJUNTOS E ESTRUTURAS NÃO RÍGIDAS
Orientador
- DECIO KRAUSE
Aluno
- JAISON SCHINAIDER
Conteúdo
Nesta tese são discutidas questões relacionadas às noções de identidade e individualidade presentes nas teorias formais, mais precisamente atreladas ao conceito de estrutura rígida. inicia-se o texto discorrendo sobre teorias de identidade do ponto de vista filosófico em geral, para depois explorarmos como este assunto é tratado na lógica, teoria de conjuntos e matemática clássica. argumentamos que estas últimas teorias, ao assumir uma identidade para seus 'objetos', parecem se comprometerem também com a individualidade dos mesmos. obviamente, poder-se-ia dizer que por serem formais, tais sistemas não deveriam se comprometer com uma metafísica, mas a ideia é exatamente que construímos tais sistemas para dar conta de alguma parcela da realidade e, assim, acabamos também nos comprometendo com algum tipo de metafísica (no caso, aqui, como defendemos, individualizadora). em seguida mostramos que tudo leva a crer que na ciência moderna - em particular na mecânica quântica (mq) - podemos encontrar objetos (as partículas quânticas) que podem ser entendidos como não possuindo identidade, tornando-se então não indivíduos de acordo com uma interpretação bastante plausível. como argumentamos que as teorias formais usuais dão a impressão de se comprometerem com a identidade e individualidade de seus entes, novos formalismos parecem ser necessários (aqui, em especial relacionado ao uso de uma teoria de conjuntos alternativa) na qual se possa 'manipular' tal não individualidade quântica. mostramos em seguida uma teoria conjuntista que foi formulada tendo em vista estes requisitos: a chamada teoria de quase-conjuntos (q), na qual aparecem objetos (os chamados m-átomos) para os quais a lei reflexiva da identidade (x = x) não vale. tal restrição (pensa-se) capta formalmente a 'perda da identidade' das partículas quânticas. como argumentamos acima que objetos que têm identidade são indivíduos, a ausência da identidade para os m-átomos os fazem então não-indivíduos em certo sentido. não obstante, algumas características das teorias clássicas poderiam impugnar mesmo tal teoria conjuntista alternativa: no nosso caso, estaremos preocupados com a noção de estrutura rígida, conceito este erigido em um arcabouço conjuntista. uma estrutura é rígida quando seu único automorfismo for a função identidade. em teorias de conjuntos clássicas, tais como a de zermelo-fraenkel com o axioma da escolha, um teorema mostra que toda estrutura não-rígida pode ser estendida a uma rígida, de modo que a partir do único automorfismo existente é sempre possível dotar os elementos da estrutura de uma 'identidade'. deste modo, em um primeiro momento, nos preocupa mostrar (através de uma análise bastante detalhada do teorema da rigidificação clássico) que algumas estruturas alicerçadas na teoria de quase-conjuntos - no caso, aquelas nas quais seus domínios contêm apenas m-átomos - não podem ser rigidificadas e, assim, acreditamos que realmente não podemos dotar os m-átomos de uma possível 'identidade'. isto é importante, pois se mesmo estruturas fundamentas em q pudessem ser rigidificadas, o intuito formal da teoria de quase-conjuntos (qual seja, manipular objetos para os quais a identidade não faz sentido) cairia por terra. a partir de tal impossibilidade, como mostraremos, esta teoria aparenta realmente ser um alicerce seguro para se manusear as partículas quânticas. em seguida, daremos alternativas quase-conjuntistas a estes conceitos. definiremos uma noção de quase-identidade e de quase-automorfismo, e provamos um teorema que mostra que toda quase-estrutura não quase-rígida pode ser estendida a uma quase-estrutura quase-rígida (resultado, assim, paralelo ao teorema clássico). não obstante, agora destoante das estruturas clássicas, enfatizamos que mesmo em uma quase-rigidificação não estaremos introduzindo uma noção de identidade 'disfarçada' para os m-átomos, desta feita não se tornando o teorema provado um resultado opositivo aos preceitos básicos da teoria de quase-conjuntos. em sequência, é discutido o uso das estruturas matemáticas para alicerçarem e fundamentarem as teorias científicas em geral e as vantagens que se pode obter disso. construímos exemplos de estruturas que parecem servir para alicerçar tanto a mq bem como a química em particular, e ressaltamos o ganho conceitual que obtemos em se erigir tais estruturas na teoria q (exatamente pela não rigidificação das mesmas). por fim, a partir da constatação de que algumas áreas da ciência parecem justificar efetivamente o uso de estruturas quase-conjuntistas, discutimos a possibilidade de irmos na direção de um 'pluralismo estrutural' - além de fortalecermos uma metafísica sem identidade - e defendemos a ideia de que a noção de identidade aparenta não ser tão essencial assim em alguns quadros teóricos bem justificados, tal como o nosso.
Pós-processamento: Índice de Shannon: 3.71966
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ODS Predominates


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