As alterações de origem antrópica no ciclo do fósforo têm chamado à atenção da comunidade científica e autoridades governamentais, sendo o manejo sustentável do fósforo vital para a segurança alimentar mundial. contudo, o lançamento de efluentes não tratados dispersa grande quantidade desse elemento no meio ambiente. a remoção biológica de fósforo de esgoto sanitário em reatores operados em bateladas sequenciais (rbs) se apresenta como uma técnica eficiente. no entanto, devido às variações das condições reais de operação dos reatores, sua eficácia é prejudicada incorrendo no risco de lançamento que não atendem aos padrões exigidos por legislação. dessa forma, verifica-se a necessidade de complementação do tratamento por outros processos, como a coprecipitação, com a adição de sais metálicos. no presente trabalho estudou-se o processo de biodesfosfatação em reator rbs escala real, para verificar as condições de ocorrência do processo de biodesfosfatação e a coprecipitação, com o uso de cloreto férrico (fecl3) e aluminato de sódio (naalo2), frente às variações do esgoto bruto. as dosagens de precipitantes foram determinadas em testes de jarros e, em paralelo, foi efetuado o monitoramento do rbs em três períodos distintos. no primeiro, o tratamento foi apenas biológico sem o uso de precipitantes, no segundo foram utilizados fecl3 e naalo2 e no terceiro apenas naalo2. a biodesfosfatação foi responsável por aproximadamente 46% de remoção do fósforo. a relação molar entre metal e componente fosforado entre 1,1 e 3,7 mol de metal por mol de po4-3-p, não inibiu a microbiota, porém a velocidade de acúmulo de fósforo e consumo de oxigênio foi reduzida. os flocos de lodo ativado apresentaram-se mais densos com o uso dos precipitantes. a coprecipitação resultou em eficiências de remoção de fósforo total superiores a 90%, bem como melhorou o desempenho do rbs para a remoção da matéria orgânica (dbo) e nitrogênio amoniacal, atendendo às exigências legais, e podendo complementar o tratamento biológico.