O estudo presente nesta tese tem como objetivo produzir algumas contribuições concernentes aos fundamentos da articulação entre currículo e emancipação na produção do conhecimento educacional, a partir dos fundamentos da teoria marxiana, no sentido de evidenciar a problemática ontológica e ideológica que subjazem os debates sobre o currículo. trata-se de uma pesquisa teórica que realiza uma crítica ontológica às perspectivas de emancipação presentes nas obras de michael w. apple "ideologia e currículo" (2008); "educação e poder" (1989); "trabalho docente e textos: economia política das relações de classe e de gênero em educação" (1995); "conhecimento oficial: a educação democrática numa era conservadora" (1999) e henry giroux "teoria crítica e resistência em educação" (1986); "escola crítica e política cultural" (1983); "pedagogia radical" (1992); "os professores como intelectuais" (1997), visando identificar os significados e consequências pedagógicas e políticas destas abordagens frente aos limites da educação e, em específico, do currículo no sentido da emancipação na atual sociabilidade. estes autores são comumente conhecidos no campo curricular por produzirem um conhecimento que se insere no âmbito das teorias curriculares críticas, desenvolvendo um conjunto de proposições teórico-pedagógicas contra-hegemônicas, isto é, de oposição e resistência à lógica dominante, orientando-se à emancipação. apesar de apresentarem uma filiação ao marxismo, suas abordagens negam conscientes ou não, a dimensão revolucionária do marxismo, a crítica ao trabalho produtor de valor e a ruptura com a sociedade capitalista como estratégias indispensáveis à verdadeira emancipação humana. as orientações teóricas que fundamentam a perspectiva de emancipação presente nas teorias curriculares críticas, como as elaboradas nas obras dos referidos autores, expressam uma filiação à estratégia pedagógico-política reformista como meio e finalidade à emancipação humana e a transformação social, sem estar fundado numa compreensão radical do ser, sem a vinculação concreta com as contradições históricas e com as possibilidades concretas de sua superação, isto é, sem uma organização tática coerente, tal estratégia não resultará em nenhuma ação efetiva no sentido da emancipação. concluímos que a emancipação humana pressupõe, antes de tudo, a superação do modo de produção e, portanto do trabalho na forma econômica do capital.