Responsive image
Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado

Centro: Não Informado

Departamento: Não Informado

Dimensão Institucional: Pós-Graduação

Dimensão ODS: Institucional

Tipo do Documento: Tese

Título: (LA) CASA GRANDE E (LA) SENZALA BRASILIANA TRADOTTA IN ITALIANO: ANALISI PARATESTUALE DI PADRONI E SCHIAVI

Orientador
  • ANDREIA GUERINI
Aluno
  • NICOLETTA CHEROBIN

Conteúdo

Esta tese tem como objetivo principal analisar a versão italiana de casa grande e senzala: formação da família brasileira sob o regime de economia patriarcal (1933), publicada com o título padroni e schiavi e traduzida por alberto pescetto, em 1965, pela editora einaudi, com ênfase nos paratextos, mais especificamente capas, notas, prefácios e glossários. a tese está dividida em 2 volumes. o primeiro é composto por 3 capítulos. o primeiro capítulo contextualiza o autor e a obra, enfatizando as etapas e os acontecimentos da vida do autor que estão mais envolvidas com a produção de casa grande e senzala. para a elaboração desse capítulo, foram usadas algumas biografias, mas principalmente o diário que gilberto freyre publicou na década de 70 do século passado. o resultado foi perceber a heterogeneidade dos influxos que permeiam a personalidade de freyre, que o tornam um intelectual extremamente complexo e, em alguns casos, controverso. a segunda parte do capítulo foca na produção intelectual do autor no brasil e apresenta também suas traduções no continente americano e europeu, com ênfase na itália. das dezenas de obras publicadas por gilberto freyre, as traduzidas para o italiano foram realizadas entre a década de 50 e a década de 70 do século xx. a análise paratextual dessas obras permitiu comprovar que o sucesso do autor na itália está associado ao momento histórico da época, tornando a américa latina uma espécie de laboratório de onde extrair novas ideias e soluções para construir um novo modelo para o pós-guerra. em consequência disso, no segundo capítulo, apresento para o leitor italiano casa grande e senzala, e, em ordem cronológica, trato das traduções publicadas, respectivamente, na argentina, estados unidos e frança. o texto traduzido por benjamin de garay representa a primeira tradução de casa grande e senzala que foi publicada, com o mesmo título, exatamente em 1942, em um programa do governo argentino que incentivava a aproximação política e cultural dos dois países. o mesmo aconteceu nos estados unidos, onde o brasilianista samuel putnam traduz a obra freyriana com o título the masters and the slaves em 1946. de fato, entre a segunda guerra mundial e a guerra fria, a literatura estrangeira traduzida foi vista pelo governo dos estados unidos como ferramenta para conhecer a cultura do outro e como instrumento para fortalecer alianças políticas. a política de “boa vizinhança” promovida por franklin roosevelt é um exemplo disso: a editora estadunidense knopf, como outras, recebia ajudas governamentais para traduzir e publicar obras estrangeiras. por último, a tradução francesa maitres et esclaves foi publicada pela famosa editora gallimard e o sociólogo roger bastide, amigo e colega de freyre, é o autor da tradução com a participação dos intelectuais da escola dos anais: luciene febvre e fernand braudel. o primeiro e o segundo capítulos foram particularmente úteis para elaborar o terceiro capítulo da tese, já que esse apresenta o texto meta italiano produzido há 50 anos, em 1965, por alberto pescetto, e publicado pela editora einaudi. nesse capítulo, analiso aspectos paratextuais, como os morfológicos (representados pela capa, contracapa, páginas de rosto) e os discursos de acompanhamento (notas, prefácios, posfácios e glossários), bem como apresento a descrição das estratégias desenvolvidas pelos tradutores na tradução de termos mais ligados à tradição cultural e à geografia brasileira, como “senzala”, que é um dos topônimos mais representativos da identidade cultural brasileira de origem africana presente na obra e ligado à época da escravidão; os outros termos analisados são: “casa grande”, “sobrado”, “mocambo”, “quilombo” e “sertão”. além disso, dada a importância da presença de termos de origem africana e indígena na língua portuguesa, dediquei espaço também para uma análise mais lexical e etimológica de termos como “maracatu”, “capoeira”, “cafuné”, “caçula” e “macumba”. o volume 2 da tese, em cd-rom, contém não somente tabelas que resumem os dados elaborados ao longo do primeiro volume, mas também documentos recolhidos durante os anos da pesquisa, em diversas instituições brasileiras e internacionais, além das imagens dos paratextos analisados, em particular, capas, prefácios, glossários. para atingir meu objetivo e embasar teoricamente minha tese, usei contribuições de diversas disciplinas, como a antropologia e a história (schwarcz, 1996, 2000, 2012; peixoto, 2000; marx, 1998), além dos teóricos dos estudos da tradução (lefevere 1984, 1990, 1992; venuti, 1999; holmes, 1972; torop, 2010), e dos estudos paratextuais (gérard genette ,1989; marie-hélène c. torres,2011; 2014; josé yuste frias, 2010). a conclusão evidenciou que padroni e schiavi representa um texto principalmente informativo, caraterizado por escolhas empíricas, como a inserção de regionalismos e brasileirismos no glossário traduzido; em outros casos, o significado de palavras específicas é ampliado e a mesma palavra é frequentemente traduzida com diferentes sinônimos, como a própria senzala, com perdas semânticas dos termos sociológicos, a partir do título que se refere à uma imagem medieval, devido à falta de referências históricas e culturais sobre a escravidão. essas são justificáveis como estratégias editoriais miradas à difusão da reflexão teórica mais geral defendida por gilberto freyre, em contramão às teorias racistas que se difundiram na europa na primeira metade do século xx. a atenta análise dos elementos paratextuais nesta tese também proporcionou a descoberta de numerosos elementos de contato entre os diversos textos meta apresentados, assim como de algumas caraterísticas meramente distintivas do contexto histórico e cultural de recepção. de fato, a produção de padroni e schiavi conta com a contribuição dos intelectuais da ecole des annales e, indiretamente, do brasilianista samuel putnam, responsável da tradução estadunidense usada como referência para a tradução francesa e, em seguida, a italiana. em particular, e como proposta de pesquisa futura, a análise paratextual da tradução italiana mostrou que uma retradução de casa grande e senzala na itália, levando em conta a ‘transdisciplinariedade’ dos estudos da tradução, enriquecerá o sistema cultural italiano.

Índice de Shannon: 3.92642

Índice de Gini: 0.929623

ODS 1 ODS 2 ODS 3 ODS 4 ODS 5 ODS 6 ODS 7 ODS 8 ODS 9 ODS 10 ODS 11 ODS 12 ODS 13 ODS 14 ODS 15 ODS 16
5,28% 5,30% 6,57% 5,86% 6,65% 4,41% 5,14% 8,34% 6,36% 6,15% 5,97% 4,29% 4,97% 5,19% 5,50% 14,01%
ODS Predominates
ODS 16
ODS 1

5,28%

ODS 2

5,30%

ODS 3

6,57%

ODS 4

5,86%

ODS 5

6,65%

ODS 6

4,41%

ODS 7

5,14%

ODS 8

8,34%

ODS 9

6,36%

ODS 10

6,15%

ODS 11

5,97%

ODS 12

4,29%

ODS 13

4,97%

ODS 14

5,19%

ODS 15

5,50%

ODS 16

14,01%